Blog

Confira nossos posts e fique atualizado com as informações, dicas e notícias.

ago,2023

A Incorporação do Trikafta no Sistema Único de Saúde (SUS) Brasileiro: Um Marco no tratamento da Fibrose Cística no país.

Avanços científicos e tecnológicos têm revolucionado o tratamento de diversas condições médicas, proporcionando uma melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, a incorporação do Trikafta no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro representa um avanço notável na abordagem terapêutica da fibrose cística.

O Trikafta, ou Terapia Tripla, como também é conhecida, é a combinação de três medicamentos de nova geração para o tratamento da fibrose cística: o elexacaftor, tezacaftor e o ivacaftor. O tratamento foi avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e recebeu recomendação favorável à incorporação no SUS por trazer benefícios clínicos importantes, como a melhora da função pulmonar, do estado nutricional do paciente, com consequente redução das internações hospitalares, retirada do paciente da fila de transplante pulmonar e melhora da qualidade e expectativa de vida.

Trikafta no Mundo

Muito antes de vir para o Brasil, em 21 de outubro de 2019, a Terapia foi aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), destinada ao tratamento de indivíduos com fibrose cística a partir dos 12 anos de idade, desde que possuam pelo menos uma mutação delta F508.

Em dezembro de 2020, o FDA ampliou o conjunto de mutações aprovadas para a utilização do Trikafta, englobando agora um total de 177 mutações. Isso permitiu que o medicamento beneficiasse um espectro mais amplo de pessoas afetadas pela fibrose cística.

Em 9 de junho de 2021, o FDA concedeu a aprovação para o uso do Trikafta em crianças diagnosticadas com fibrose cística entre 6 e 11 anos, desde que apresentassem pelo menos uma cópia da mutação Delta F508 no gene regulador da condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR) ou uma mutação responsiva ao medicamento, baseada em dados in vitro.

Já na União Europeia, o medicamento, com o nome de Kaftrio, obteve aprovação em agosto de 2020 para pessoas portadoras de duas mutações delta F508 ou uma mutação delta F508 em conjunto com outra mutação de função mínima. Em setembro de 2020, a União Europeia também ampliou o leque de mutações passíveis de tratamento com o medicamento.

A incorporação do Trikafta no SUS traz consigo uma série de benefícios para os pacientes e para o sistema de saúde como um todo:

  1. Melhoria na Qualidade de Vida dos Pacientes: O Trikafta atua diretamente nas mutações genéticas que causam a fibrose cística, melhorando a função do canal CFTR e promovendo a redução da viscosidade do muco. Isso resulta em uma melhoria significativa nos sintomas respiratórios e digestivos dos pacientes, permitindo uma vida mais ativa e saudável.
  2. Redução das Internações Hospitalares: Com o uso do Trikafta, os pacientes tendem a enfrentar menos exacerbações das suas condições respiratórias, o que pode levar a uma redução no número de internações hospitalares. Isso alivia a pressão sobre os recursos hospitalares e reduz os custos associados.
  3. Economia a Longo Prazo: Embora o custo inicial do tratamento com Trikafta possa ser considerado alto, a longo prazo, a melhoria na qualidade de vida dos pacientes e a redução das complicações podem resultar em economias significativas para o sistema de saúde, já que os custos relacionados a internações e tratamentos de emergência são substancialmente reduzidos.
  4. Avanço na Saúde Pública: A incorporação de tratamentos de última geração como o Trikafta no SUS não apenas beneficia os pacientes individuais, mas também contribui para o avanço da pesquisa médica e para a disseminação de conhecimento na área de doenças genéticas raras. Isso pode ter um efeito positivo a longo prazo na abordagem de outras condições de saúde.

A decisão de incorporar o Trikafta no SUS não apenas demonstra um compromisso com o bem-estar dos pacientes com fibrose cística, mas também ressalta a importância de proporcionar acesso equitativo a tratamentos inovadores, independentemente das condições financeiras dos pacientes. Essa medida coloca o Brasil na vanguarda do tratamento de doenças respiratórias genéticas e fortalece o sistema de saúde como um todo, ao promover a prevenção de complicações crônicas e melhorar a qualidade de vida de milhares de brasileiros.